Marechal Cândido Rondon
Noroeste.
Cesar Machado Domingues∗
INTRODUÇÃO.
No início do século XX, a então recém criada República buscava ampliar sua autoridade sobre os confins ainda inexplorados do território nacional. Nesse sentido, destacase o papel fundamental exercido pela construção de ferrovias e de linhas telegráficas. Pois enquanto o trem facilitava o trânsito de tropas, pessoas e mercadorias, o telégrafo garantiria a comunicação rápida entre as diversas regiões do país e a Capital Federal, no Rio de Janeiro.
Com a intenção de ampliar ainda mais o alcance das linhas telegráficas federais,
Affonso Penna, Presidente da República entre os anos de 1906 e 1909, criou a Comissão de
Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, também conhecida como
“Comissão Rondon”. O objetivo primordial desta comissão era estender uma linha telegráfica entre as cidades de Cuiabá e Porto Velho, às margens do Rio Madeira, atualmente localizadas respectivamente nos estados de Mato Grosso e Rondônia. Com isso, estaria completa a ligação telegráfica do Rio de Janeiro como o estado do Amazonas e a região do Acre, recém adquirida pelo Brasil através do Tratado de Petrópolis, assinado em 1903 e onde se executavam os trabalhos de construção da Ferrovia Madeira-Mamoré.
As motivações; as práticas; influências e a relevância para o processo de integração nacional desta penetração através de territórios praticamente inexplorados, fartamente noticiada nos jornais da época; estendendo fios; abrindo estradas; construindo pontes; mapeando terras e rios; e fazendo contatos com diversas tribos indígenas, serão abordadas nas páginas a seguir, buscando compreender os efeitos e o processo de funcionamento da
Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, no período de
1907 a 1915, bem como as motivações institucionais e o contexto de sua criação.
Assim sendo, este trabalho procura