Mapeamento do fluxo de valor
Resumo: Em função da escassez de matéria prima, a decorrente elevação dos custos de produção dos produtos derivados da madeira tem imposto um severo ônus para empresas ao longo da cadeia produtiva florestal. Este artigo tem como objetivo analisar o fluxo produtivo de uma empresa madeireira com intuito de apontar melhorias, utilizando os princípios de Mentalidade Enxuta para buscar estabelecer vantagens competitivas. Com a aplicação da metodologia da ferramenta de Mapeamento de Fluxo de Valor foi possível vislumbrar os ganhos relativos à aplicação destes conceitos para a empresa. Palavras-chave: mentalidade enxuta; Fluxo de valor; setor florestal
1. Introdução O setor florestal é composto por empresas produtoras de produtos derivados da madeira, tais como móveis, pisos, papel, embalagens e até geração de energia entre outros. Este setor destaca-se no cenário econômico brasileiro, sendo responsável por 4,7 % do PIB nacional em 2004 e gerando em torno de 1 milhão de empregos diretos (SBS, 2005). A área de florestas plantadas no país chega a 5,4 milhões de hectares. Embora este número pareça elevado, esta área vem diminuindo drasticamente em função do déficit entre o plantio e o consumo de madeira. Desde o início da década de 90, anualmente, o volume de consumido de madeira apresenta valores maiores que o volume de madeira gerada pelo plantio. Tendo como exemplo o ano de 2004, o plantio representou apenas cerca de 30% do consumo de madeira no mesmo período (FREITAS, 2005). As conseqüências não foram sentinas na indústria florestal na década de 90, pois este setor apresenta um caráter de longo prazo em sua base de fornecimento, sendo que as florestas necessitam de um período de 12 à 20 anos em média para tornarem-se produtivas. Consequentemente, os efeitos de um déficit no plantio atingiram a indústria florestal somente nestes últimos anos e tendem a aumentar nos próximos cinco anos (SBS, 2005). O principal efeito