Manuel castel
CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3, São Paulo: Paz e terra, 1999, p. 411-439
CONCLUSÃO: DEPREENDENDO NOSSO MUNDO Esta é a conclusão geral de um livro em três volumes. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Tentei evitar repetições. Sobre a definição dos conceitos teóricos empregados nesta conclusão (por exemplo, informacionalismo ou relações de produção), favor consultar o Prólogo do livro no volume I. Vide também a conclusão do volume I para uma abordagem do conceito de sociedade em rede e a conclusão do volume II para uma análise das relações entre identidade cultural, movimentos sociais e política. Um novo mundo está tomando forma neste fim de milênio. Originou-se mais ou menos no fim dos anos 60 e meados da década de 70 na coincidência histórica de três processos independentes: revolução da tecnologia da informação; crise econômica do capitalismo e do estatismo e a conseqüente reestruturação de ambos; e apogeu de movimentos sociais e culturais, tais como LIBERTARISMO, DIREITOS HUMANOS, FEMINISMO E AMBIENTALISMO. A interação entre esses processos e as reações por eles desencadeadas fizeram surgir uma nova estrutura social dominante, a sociedade em rede; uma nova economia, a economia informacional/global; e uma nova cultura, a cultura da virtualidade real. A lógica inserida nessa economia, nessa sociedade e nessa cultura está subjacente à ação e às instituições sociais em um mundo interdependente. Algumas características cruciais deste novo mundo foram identificadas na análise apresentada nos três volumes deste livro. A revolução da tecnologia da informação motivou o surgimento do informacionalismo como a base material de uma nova sociedade. No informacionalismo, a geração de riqueza, o exercício do