Manual de Economia
Capítulo 11 – O regime de metas de inflação
O regime de metas de inflação propõe uma meta para o crescimento dos preços em um determinado período. A meta é estabelecida pelo governo e passa a ser o objetivo do Bacen persegui-la durante o período. O Brasil aderiu a esse regime em 1999.
11.1 – Objetivos e aspectos operacionais
O regime de metas de inflação, que começou a ser implantado por uma série de países a partir dos anos 1990, tem como base dois pressupostos. O primeiro pressuposto é o fato de que a expansão monetária aos moldes de Friedman falhou em ser implantada a partir de 1979, dado que era quase impossível prever a demanda por moeda em virtude da mobilidade do capital e das flutuações do mercado financeiro. O segundo pressuposto é de que a política monetária não é capaz de influenciar as variáveis econômicas reais – como renda e emprego – no longo prazo.
Em decorrência disso, a adoção de um regime de metas de inflação reconhece que o objetivo da política monetária é, acima de tudo, a manutenção de uma taxa de inflação baixa e estável . Dito de outro modo, a política monetária deve, permanentemente, buscar a estabilidade de preços. Desse modo, para atingir o objetivo, é anunciada uma meta ou banda (teto e piso para variação de preços) e um horizonte temporal para que a meta inflacionária seja atingida . Nesse sentido, a taxa de juros atua como o principal instrumento para fazer com que a inflação atinja a meta estabelecida.
Essa estrutura de política monetária melhoraria a comunicação entre os setores público e privado – entre os policy makers e o mercado. A credibilidade é o elemento fundamental para esse regime, dado que, ao impor metas inflacionárias, evita-se inconsistências temporais (perdas de longo prazo para atingir objetivos imediatos). Nesse sentido, a independência do Bacen é vital para a credibilidade da economia frente aos agentes econômicos e mostra o comprometimento do governo com as metas de inflação.
Nessa abordagem,