Manifesto Futurista E O Problema Dos Museus
No texto, Paul Valéry trata dos museus de forma crítica, com tom melancólico, fúnebre; pensando o museu com essa alusão à figura da morte. Fala também do ato intimidador do museu, por exemplo, quando diz: “Ao primeiro passo que dou na direção das belas coisas, retiram-me a bengala, um aviso me proíbe de fumar.” referindo-se a restrição de comportamento que o museu impõe.
Logo após critica a organização do museu, chamando de confusão e tumulto, no qual o observador acaba por se sentir exausto e perdido por tanta informação. E retrata a ambição e até mesmo vaidade de cada obra, que exige toda a atenção e, consequentemente, a anulação de todas as outras.
Segundo Valéry, nós somos aturdidos pela exacerbada riqueza do homem – obtidas através da produção, doação e tantos outros meios de dar continuidade a riquezas – que resulta de modismos, e caminham para um acúmulo de capital desnecessário, inutilizável. Isso acaba por atormentar a humanidade.
Assim, Valéry deixa o museu transtornado e conclui que, a partir do momento que a pintura e a escultura perderam a sua finalidade e passaram a ser reunidos de maneira desorganizada e desalinhada para serem expostos; nesse momento o caos foi instaurado.
Manifesto Futurista, Marinetti
Escrito pelo poeta italiano Fillippo Tommaso Marinetti, o Manifesto Futurista é um marco na fundação do Movimento Futurista, um dos primeiros movimentos da arte moderna. Dentre os 11 itens defendidos e proclamados pelo movimento, os que mais nos interessa tratar é a ruptura com o passado e o fim dos museus.
Assim como Valéry, o autor relaciona o museu à ideia de morte. Porém assemelha o museu especificamente ao cemitério, devido às várias obras que se parecem corpos – assim como em cemitérios -, todos desconhecidos uns aos outros; que apesar da morte de seus autores, se apunhalam umas as outras para obter maior atenção do observador.
O texto de Marinetti constrói-se com uma linguagem bastante agressiva, e