Manifestações e comparações

As manifestações que ocorreram no Brasil nas ultimas duas semanas tem muito em comum com a primavera árabe e outros movimentos que aconteceram pelo mundo nos últimos anos, a principal semelhança é o uso das mídias sociais para combinar tais manifestações. Antigamente as grandes manifestações populares eram convocadas pelos sindicatos ou pelos partidos políticos, sendo assim mais fácil de reprimi-las. Hoje é diferente, vivemos em um mundo onde a maioria da população tem acesso a internet e utiliza dela para reunir, expor sua opinião e combinar manifestações. Com isso as manifestações se tornaram um fenômeno difícil de ser controlado pelos governantes e de consequências imprevisíveis.
Segundo Manuel Castells “A internet é uma condição necessária, mas não suficiente. As raízes da rebelião estão na exploração, opressão e humilhação. Entretanto, a possibilidade de rebelar-se sem ser esmagado de imediato dependeu da densidade e rapidez da mobilização e isto relaciona se com a capacidade criada pelas tecnologias do que chamei de “auto-comunicação de massas””. Em ambos os movimentos foram iniciados por jovens corajosos que protestavam contra atos facultativos para os poderosos e atraíram o apoio popular, indo assim muito alem do grupo pequeno que teve inicio.
No Brasil tudo começou com o anuncio do aumento no preço das passagens de ônibus de São Paulo em vinte centavos, foi o estopim para uma revolta popular. Uma população que já estava exausta de tantos gastos desnecessários do governo, insegurança, corrupção, inflação instável, e péssimos serviços públicos.
Os manifestantes saem às ruas para pedir algo que ainda não tem e acham que deveria ter, pois acreditam que podem ter uma vida com mais dignidade e maior qualidade. Saem às ruas querendo coisas concretas como, por exemplo: hospitais, educação. O movimento começa com uma bandeira concreta onde se almeja o passe livre, reforma latifundiária nas cidades e depois passa a ter uma agenda mais difusa, com