Manicomios Prisoes e Coventos
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Manicômios, Prisões e Conventos- Erving Goffman Vida Intima da Instituição
No 3º artigo (A vida íntima de uma instituição pública), o autor esclarece que o ser participa de uma organização cumprindo as obrigações que lhes são apresentadas e que delineiam padrões de bem estar , valores, incentivos e sanções – suposições a respeito do eu. A participação do indivíduo diante das obrigações institucionais ocorre via ajustamentos primários e secundários e o conjunto desses ajustamentos é o que Goffman considera, aqui, como “vida íntima da instituição”. No estudo da vida íntima de uma instituição total, no caso um hospital psiquiátrico, deteve-se à analise dos ajustamentos secundários que nela se desenvolvem por demonstrarem que, de alguma forma, os participantes se recusam a aceitar a sua interpretação oficial do que devem dar e retirar dela e do tipo de mundo que devem aceitar para si mesmos. Esclarece que na vida íntima de um hospital psiquiátrico os pacientes empregam um sistema de ajustamentos secundários que utiliza: a) como fontes, as “substituições” (utilização de coisas disponíveis que modificam as condições de vida programadas), e a “exploração do sistema” (as rotinas oficiais são utilizadas para fins particulares e que podem ocorrer individual ou coletivamente); b) como locais, os “espaços fora de alcance” (proibidos), os “espaços de vigilância” (permitidos com controle), os “espaços não regularizados” (sem controle), os “locais livres” (com vigilância e restrições reduzidas), os “territórios de grupos” (locais livres com comando de determinado grupo de paciente), e o “território pessoal” (espaço íntimo criado no interior de um local livre ou território de grupo); e c) como recursos, os “esconderijos” portáteis ou fixos (usados para esconder bens adquiridos legitimamente nos ajustamentos primários), o “sistema de transporte” (transporte dos bens ao esconderijo), e o “sistema de comunicação” (circulação de mensagens, comunicação oculta (expressões),