mama
“O diretor ratificou que ele mesmo fizera as retificações no documento”.
Observe que, na sentença acima, há o emprego de duas palavras parecidas, e pouco utilizadas no português falado, o que às vezes até compromete o sentido da oração.
Os vocábulos ratificar (= confirmar) e retificar (=corrigir) são classificados como parônimos pela gramática tradicional, pois possuem semelhança na pronúncia e na escrita, mas possuem significados totalmente diferentes.
Quando numa mesma sentença temos o emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia, figura de linguagem que consiste no emprego de palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando uma espécie de trocadilho.
O desconhecimento do sentido real destas palavras compromete efetivamente na não-compreensão do que está sendo dito pelo locutor.
Observe neste poema de Manuel Bandeira:
“Neologismo”
“Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora”.
Neste contexto, o poeta faz um trocadilho entre a junção do pronome oblíquo “te” + o verbo “adorar”, formando o neologismo “teadorar” e o nome da pessoa amada, “Teodora”. No último verso, “Teadoro, Teodora”, percebemos que nesse trocadilho temos o emprego da paranomásia. Os sons são parecidos, mas quanto ao sentido, esses são diferentes.
Paranomásia ou paronomásia é uma figura estilística que consiste no emprego de palavras parônimas (com sonoridade semelhante) numa mesma frase, fenômeno que é popularmente conhecido como trocadilho. É o emprego de palavras semelhantes na forma ou no som, mas de sentidos diferentes, próximas umas das outras.
Os trocadilhos constituem um dos recursos retóricos mais utilizados em discursos humorísticos e publicitários. Resulta sempre da semelhança fonética ou sintática de dois enunciados cuja conjunção,