MAlegre GONCALVES DIAS

30º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS
24 a 28 DE OUTUBRO DE 2006
CAXAMBU, MG

GT PENSAMENTO SOCIAL NO BRASIL

GONÇALVES DIAS ETNÓGRAFO

MARIA SYLVIA PORTO ALEGRE

RESUMO

Em meados do século XIX, a nascente antropologia era uma disciplina inbricada às ciências naturais e voltada para o conhecimento dos povos distantes e exóticos. No Brasil ela se fazia presente no Museu Nacional e no Instituto Histórico e Geográfico, por intermédio de figuras proeminentes, entre elas o poeta Gonçalves Dias. Na qualidade de chefe da seção etnográfica da Comissão Científica de Exploração, ele percorreu o Norte do país, entre 1859 e 1861, do Ceará até o Amazonas. Dessa experiência resultou um material pouco conhecido ainda hoje, que inclui relatórios, diários, anotações e correspondências, além de uma coleção de objetos e iconografia dos indígenas da Amazônia. A presente comunicação apresenta um duplo interesse: analisar o conteúdo histórico e documental do acervo reunido por Gonçalves Dias e contextualizar o campo intelectual e científico no qual foi produzido.

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Dois grandes eventos mobilizaram a inteligência nacional no início da última década do longo reinado de D. Pedro II: a Exposição de História do Brasil, realizada na
Biblioteca Nacional em dezembro de 1881 e a Exposição Antropológica do Museu
Nacional, em1882.
Ambas as exposições marcaram o ápice de um ciclo que acompanhou a própria história do Segundo Reinado, no que se refere ao movimento das idéias e à consolidação das instituições dedicadas às ciências e às letras. As duas mostras representavam um ponto de inflexão no pensamento social brasileiro e indicavam as mudanças que estavam sendo levadas. Do grupo de pessoas cuja atuação se mostrava decisiva na definição dos novos rumos a serem tomados faziam parte, na Biblioteca Nacional, Ramiz Galvão e seus colaboradores, entre eles Capistrano de Abreu, cujo papel na criação da historiografia moderna do Brasil já começava a se delinear. No Museu Nacional, a condução era exercida
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