Maikel Richard
Ao aderir a uma rede social, tal como o facebook, estabelecem-se diversas relações e conexões com pessoas que podem ser, ou não, do leque de amigos do dia-a-dia. Será que o tipo de relação estabelecida pessoalmente é semelhante ao tipo de relação estabelecida virtualmente? Será que se responde de forma igual perante uma discussão acesa sobre um tema se se estiver em contexto presencial ou se se estiver a discutir virtualmente?
Um estudo da Universidade de Haifa, em Israel, demonstra que, no contacto pessoal, a pessoa tende a ser mais afável que no contacto virtual, podendo neste último apresentar-se como crítica, arrogante, agressiva e menos tolerante. O que este estudo conclui é que estas mudanças ao nível da relação interpessoal podem dever-se à ausência do contacto visual, ou seja, não olhar “olhos nos olhos” da pessoa com quem estamos a conversar ou a discutir uma ideia.
Como se chegou a estas conclusões? Os investigadores observaram 71 díades de estudantes universitários que não se conheciam pessoalmente, enquanto estes debatiam um tema através de um chat (programa de mensagens instantâneas), numa rede social. No entanto, nem todas as duplas tinham as mesmas condições para a discussão do tema: uns conversavam apenas pelo chat (sem se verem), outros conseguiam ver, por webcam, as mãos e uma pequena parte do rosto do outro participante e outros tiveram acesso livre à imagem, também por webcam, do rosto total do interlocutor e do seu olhar. Mesmo não se conhecendo entre eles, aquelas duplas que mantiveram a conversa e a discussão tendo acesso livre ao rosto do outro revelaram-se menos críticas e impessoais nas respostas dadas e discutidas.
Assim, compreende-se que o contacto visual é fundamental para o processo de empatia, de ter a capacidade de se colocar no lugar do outro e manter uma conversa ou uma discussão dentro dos limites da sua própria liberdade. Apesar de ser um grande avanço