Maias
Carlos, quando recorda o primeiro beijo que lhe deu a Condessa de Gouvarinho, ou, na companhia de João da Ega, contempla, já no final de livro, após a sua chegada de Paris, o velho Ramalhete abandonado e ambos recordam o passado com nostalgia. Uma visão pessimista do Mundo e das coisas. É o caso de "agora o seu dia estava findo: mas, passadas as longas horas, terminada a longa noite, ele penetrava outra vez naquela sala de repes vermelhos...".
Tempo histórico
Tempo histórico é aquele em que decorre a acção e onde por vezes são feitas referências cronológicas históricas do país.
Nesta obra, a acção decorre no século XIX, entre os anos de 1820 e 1887. É narrada a história de uma família de três gerações, tendo o último membro, Carlos, maior destaque.
Embora não tendo a mesma importância, o autor dá-nos algumas referências cronológicas concretas, sendo elas:
* 1875 - Ano em que Carlos vai habitar para o Ramalhete, esta data uma data muito importante e é referida na obra três vezes;
* 1877 - Quando se consuma a tragédia e Carlos abandona Lisboa indo viajar pelo estrangeiro;
* 1887 - Ano em que Carlos regressa a Lisboa dez anos depois de ter partido, reencontra-se com Ega, o seu velho amigo.
Os Maias - Tempo do Discurso
Por tempo do discurso entende-se aquele que se detecta no próprio texto organizado pelo narrador, ordenado ou alterado logicamente, alargado ou resumido.
Na obra, o discurso inicia-se no Outono de 1875, data em que Carlos, concluída a sua viagem de um ano pela Europa, após a formatura, veio, com o avô, instalar-se definitivamente em Lisboa.
Pelo processo de analepse, o narrador vai, até parte do capítulo IV, referir-se aos antepassados do protagonista (juventude e exílio de Afonso da Maia (avô), educação, casamento e suicídio de Pedro (pai), e à educação de Carlos da Maia e sua formatura em Coimbra) para recuperar o presente da história que havia referido nas primeiras linhas do livro. Esta primeira parte