Magistério
3 de Setembro de 1759, faz agora precisamente 250 anos,foram expulsos das suas casas e obras, de Portugal e dos seusdomínios, os «jesuítas», membros da Companhia de Jesus.É um acontecimento complexo, nas suas causas e efeitos,e recordá-lo não pode ser de modo algum saudosismo ou«revanchismo».Que a Revista «Brotéria», pertença da Província Portuguesada Companhia de Jesus, assinale esta expulsão com um númeroespecial, temático, com colaborações várias, a maior parte denão-jesuítas, é não só compreensível, como justo. Na verdade,a expulsão dos jesuítas de Portugal, em 1759, por iniciativado Marquês de Pombal, que vai ser seguida pela França,Espanha e demais cortes bourbónicas, até chegar à própriaextinção da Companhia, pelo Papa Clemente XIV, em 1773,épor si só um facto extraordinário, em termos religiosos,políticos, sociais e culturais, que só encontra algum paralelona extinção dos Templários, séculos antes (1312). Estes, paranão mais ressuscitarem À data da expulsão e extinção, a Companhia de Jesuseraa maior ordem religiosa da Igreja Católica, tendo quase omonopólio do «ensino secundário» e dirigindo múltiplas uni- versidades. Os seus filósofos e teólogos eram reconhecidos, asua presença na cultura e na ciência indiscutíveis e a sua abne-gada acção missionária ia dos sertões do Brasil até ao Japão,passando pela América do Norte, a Índia e a China A importância dos seus «colégios» na defesa do catoli-cismo, a presença dos jesuítas nas várias Cortes Reais e a suainfluência junto da nobreza não podem ser subestimadas111 António Vaz Pinto SI
Editorial
250 anos da expulsão dos Jesuítas-1759-2009-
Aquando da extinção, em 1773, isto é apenas uma nota,744 instituições de ensino secundário e universitário, espalha-das por todo o mundo, ficaram sem cabeçaComo foi possível chegar aqui? A fraqueza dos Papaséindiscutível, a má-vontade do Marquês de Pombal (aliásentrado na Corte pela mão dos jesuítas) é