MACROECONOMIA: CRESCIMENTO E CICLOS ECONÔMICOS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA

MACROECONOMIA: CRESCIMENTO
E CICLOS ECONÔMICOS
(VERSÃO PARA GRADUAÇÃO)

Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros
Professor Titular

Piracicaba, Agosto de 2011
Texto preparado para uso exclusivo dos alunos do Curso de Ciências Econômicas
ESALQ/USP

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

1. Os dois enfoques da macroeconomia
A macroeconomia trata do comportamento da economia dos países sob dois ângulos. Por um lado, procura explicar as diversas tendências de crescimento econômico ao longo do tempo e as conseqüentes diferenças de padrão de vida entre os países. Por outro, visa a explicar porque as economias desses países não crescem de forma estável, mas oscilam produzindo inflação, desemprego, déficit fiscal e déficits comerciais, etc.
Pode-se dizer que, no primeiro caso – focado no crescimento econômico, examinam-se as economias dos paises no longo prazo (décadas, séculos, por exemplo). Já
Adam Smith preocupava-se com essa questão: sua obra principal, de 1776, chama-se “An
Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations”. Smith enfatizava o papel do que chamou de “mão invisível”, ou seja, os interesses de cada qual norteava a ação individual de tal sorte que o conjunto dessas ações individuais acabava levando ao bemestar e prosperidade do conjunto da sociedade. O motor do crescimento seria a “divisão do trabalho”, pela qual cada trabalhador se especializaria numa determinada função no processo de produção, do que resultariam ganhos substanciais de eficiência ou produtividade. O crescimento do emprego e da produção seria uma conseqüência de aumentos no capital, que resultam da decisão quanto a poupar ou consumir.
Thomas Malthus, com seus estudos populacionais (1798), também analisou a questão apresentando uma perspectiva pessimista no confronto entre crescimento econômico (da produção de alimentos,