Machado de Assis

10203 palavras 41 páginas
Um conto machadiano muito intrigante é esse O Enfermeiro, de Várias Histórias, 1896. Não é tão badalado quanto outros contos do autor, mas está no nível dos melhores.
É a história de um enfermeiro, Procópio José Gomes Valongo, contratado para cuidar do coronel Felisberto, mediante um bom salário, tudo nos idos de 1860. Esse Felisberto é uma pessoa má e de má fama; antes de Procópio outros enfermeiros tentaram aguentar-se nesse cargo, mas foi impossível. O fim do conto é interessantíssimo, mas não vou revelá-lo aqui, tentando convencê-lo, leitor deste artigo, a ler essa joia machadiana na íntegra. O livro, O Enfermeiro do autor Machado de Assis, ganhou no ano de 2010 pela editora Escala Educacional, uma roupagem totalmente nova. Uma versão HQ através da Coleção Literatura Brasileira em Quadrinhos, que tem em suas fileiras outras publicações de peso como: A cartomante; A causa Secreta; Memórias Póstumas de Brás Cubas; O Alienista e O Triste Fim de Policarpo Quaresma entre outros.
A publicação tem 48 páginas com desenho e adaptação de Francisco Vilachã, responsável por outras adaptações de outros títulos da coleção que também contam com Sebastião Seabra, Jô Fevereiro e Bira Dantas. A iniciativa é uma forma de levar cultura para a juventude de uma forma divertida, com obras extraordinárias da nossa literatura e os gibis. Não menos importantes para qualquer maneira de iniciação no mundo da leitura.
Onde Encontar: www.escala.com.br/

O ENFERMEIRO E SEUS IRMÃOS INTERTEXTUAIS
Quem for leitor atento dos contos e da obra machadiana perceberá que Felisberto, o coronel, tem um irmão intertextual em outro conto, e que o enfermeiro Procópio apresenta reação semelhante à vista em uma curiosa passagem de Memórias Póstumas de Brás Cubas.
A trama é narrada pelo enfermeiro, deixando-a registrada para um inidentificável leitor, interessado em divulgar a história em forma de livro. Num dado momento, o narrador/enfermeiro, descrevendo o coronel, diz:
"Tinha perto de

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