Luta contra o racismo
Em entrevista à Rádio Vermelho, Edson França, presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), antecipou os temas que serão destaque na 3º Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), entre terça (5) e quinta-feira (7). “Não vamos ficar presos aos campos da política pública e da denúncia. Vamos refletir o país e suas complexidades. A luta contra o racismo é necessariamente uma luta de classe”, diz.
O militante do movimento negro e também historiador se refere ao tema da Conferência, “Democracia e Desenvolvimento sem racismo: Por um Brasil Afirmativo”. Apesar dos 10 anos de avanços após a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir), que promove a Conferência, o movimento negro aponta para uma guinada no debate sobre conceitos e temas caros à população negra como economia e democracia, mas que ainda não têm recebido a devida atenção do movimento.
“É um tema muito caro para nós da Unegro. Porque obriga o movimento negro, a partir de seu olhar, pensar na nação. Você não discute desenvolvimento e democracia pensando somente em uma parcela da sociedade. Portanto, obriga o movimento a avançar na pauta que é exclusivamente racial e pensar como maioria populacional já que somos 50,6% da nação e pouco temos contribuído para a estratégia nacional”, explicou.
Democracia sob a ótica do movimento negro
Discutir a questão racial de uma forma mais abrangente é um dos objetivos da Unegro durante a Conferência.“Nos acreditamos que o movimento negro sairá com um nível maior de entendimento, de como estruturar sua luta daqui para frente. Não vamos ficar presos ao campo da política pública e ao campo da denúncia. Vamos pensar um pouco o Brasil. Porém, com uma limitação obviamente porque o movimento social negro nunca fez essa reflexão. Se tem é algo individual, isolado. O movimento negro tem uma dificuldade crônica, por