lusiadas
1. Introdução ao canto IX
2. Análise das estrofes
3. Referência à comparação com o poema “Horizonte” (Mensagem)
4. Conclusão
1.Introdução ao canto IX
A Ilha dos Amores é um episódio com oitenta e uma estrofes do Canto IX e cento e quarenta e duas do Canto X. situando-se num plano secundário, ou seja, paralelo à narrativa principal. Aparece como uma passagem em que os bravos marinheiros portugueses são congratulados pelos seus nobres feitos com direito a todos os prazeres carnais e psicológicos.
Resumo e simbologia social Após vencerem algumas dificuldades, os portugueses saem de Calecut, iniciando a viagem de regresso à pátria. Vendo agora a frota em segurança no seu regresso a Portugal, Vénus pede a ajuda ao seu filho Cupido para juntar os amores e atingir as ninfas com as flechas do amor. Com as ninfas e Tétis sob esta influência, coloca uma ilha mística na rota dos portugueses, e faz com que os nobres marinheiros encontrem esta ilha no seu percurso.
Trata-se de uma ilha paradisíaca, de uma beleza deslumbrante. A descrição do encontro entre os portugueses e as ninfas está repassada de sensualidade. Os prazeres que lhes são oferecidos são o justo prémio por terem perseguido o seu objetivo sem hesitações. Representa a glorificação do povo português, a quem é reconhecido um estatuto de excecionalidade. Pelo seu esforço continuado, pela sua persistência, pela sua fidelidade à tarefa de expansão da fé cristã, os portugueses como que se divinizam. Tornam-se assim dignos de se igualarem com os deuses, adquirindo um estatuto de imortalidade que é afinal o prémio máximo a que pode aspirar o ser humano. De certo modo, podemos dizer que é o amor que conduz os portugueses à imortalidade. Não o amor no sentido vulgar da palavra, mas o amor num sentido mais amplo: o amor desinteressado, o amor da pátria, o amor ao dever, o empenhamento total nas tarefas coletivas, a capacidade de suportar todas as dificuldades