Lula: Uma Era Maquiavélica
Analisando o período pela perspectiva de Nicolau Maquiavel, podemos dizer que a “Era Lula” foi um exemplo de aplicação das estratégias políticas de Maquiavel. Como dizia o filósofo, a estabilidade do governo e a não deposição do governante o aproximam da condição ideal de liderança, o que é fortemente defendido em uma de suas obras primas, “O Príncipe”. Durante o governo Lula, essa condição foi indubitavelmente atingida, a julgar pela estabilidade do governo e ainda pelo amplo apoio da população em sua reeleição em outubro de 2006.
Em caráter mais específico, no governo Lula destacaram-se muitos dos princípios propostos por Maquiavel: o primeiro deles é a parcimônia, uma prática que busca apaziguar todas as opiniões contrárias ao governo e assim assegurar a manutenção do poder. Lula mostrou isso em seu governo, a partir do forte favorecimento às classes sociais mais baixas, assim como um apoio considerável aos empresários do agronegócio e da indústria.
Dentre as ideias de Maquiavel, uma delas se baseava em um governo que se inspira no passado, em uma análise do presente e também em uma perspectiva do futuro, a partir da percepção de que a historia se orienta de forma circular. Segundo essa premissa, Lula voltou-se ao passado na medida em que incorporou características assemelhadas ao governo de Juscelino Kubitschek, representado pelo desenvolvimentismo econômico e ao governo de Getúlio Vargas, por meio de uma imagem carismática e de traços populistas.
O conceito de virtù x fortuna é fortemente defendido por Maquiavel. A virtù é caracterizada por uma série de ações que visam contornar