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nacional
AcadÊMICO
A metamorfose organizacional Fotos: iStock
(e a fÁBULA da barata na lata)
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HSMManagement 93 • julho-agosto 2012 hsmmanagement.com.br
Segundo Carmen
Migueles, professora da
Fundação getulio vargas e consultora da symballein, AFASTAR-SE
DA HIERARQUIA NÃO
SIGNIFICA ABRAÇAR A
ORGANIZAÇÃO EM REDE. A transformação ideal é em direção a um modelo híbrido, tema de seu novo livro, que ela antecipa aqui com exclusividade
Imagine que um operário de uma
fábrica de alimentos cujo nome seja sinônimo de confiabilidade enxerga uma barata no meio de sua linha de produção. Ele precisa tomar uma decisão: interrompe o trabalho e maa a barata ou mantém o ritmo t e ignora o inseto?
Guarde esse suspense na memória; vou desenvolvê-lo em breve. Antes, preciso falar da imensa pressão que as empresas vêm sofrendo para eliminar suas estruturas hierárquicas e substituí-las por um modelo organizacional em rede, em nome da maior capacidade de inovação, de adaptação e de mais um sem-número de motivos. Nesse cenário, a pergunta que vale 1 milhão é: que configuração é realmente a ideal para uma empresa?
Sem que essa questão seja formulada e receba uma resposta adequada, a metamorfose corporativa pode ser mais dolorosa, e mais fatal, do que a de
Gregor Samsa, o protagonista da obra
A Metamorfose, de Franz Kafka.
Sem dúvida, estamos todos fascinados com o potencial das redes —a velocidade da integração, o acesso às informações e as novas possibilidades de cooperação que elas geraram trouxeram possibilidades inimagináveis há pouco mais de 20 anos. Porém existem virtudes na hierarquia que não podem ser ignoradas, principalmente a capacidade de coordenar sistemas complexos, e qualquer outro modelo, para substituí-la, precisa realizar melhor essa difícil tarefa [veja quadro na próxima página].
Em outras palavras, para as organizações, a hierarquia ainda é, em larga medida, insubstituível. Como,