Logistica
Os números não mentem: segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o ideal é que a capacidade total de estocagem seja 20% superior à safra. Entretanto, hoje, o Brasil consegue armazenar algo em torno de 133 milhões de toneladas de grãos, frente a uma produção que – neste ano – deve atingir um índice recorde de 144 milhões de toneladas, conforme estimativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Outro agravante, conforme os números da Conab, é a má distribuição geográfica dos silos existentes. De acordo com o levantamento da companhia, menos de 20% da capacidade de armazenagem do País está instalada dentro das propriedades rurais. Sendo assim, não apenas faltam silos, como os que existem não conseguem atender a demanda por, em sua maioria, estarem fora dos locais de produção.
Além disso, de acordo com o Ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, em países desenvolvidos, mais de 50% dos armazéns são particulares, enquanto no Brasil esse volume atinge apenas 15%.
Reproduzo abaixo texto do Deputado Federal pelo Paraná Dilceu Sperafico sobre a safra recorde e os riscos de apagão logístico:
A informação de que o frete consome quase 50% da safra de soja do Mato Grosso, é outro alerta do risco de apagão logístico no País. Os custos do transporte da produção daquele Estado até os portos de exportação somam oito milhões de toneladas, quase a metade da colheita que equivale a 62% da soja produzida no Brasil.
Além de arcar com o frete mais caro do mundo, reajustado em 25% este ano, os agricultores, cooperativas e empresas ainda enfrentam a falta de caminhões. A situação é creditada à precariedade das estradas e reajuste do pedágio no Paraná e em São Paulo.
Desde Rondonópolis até o porto de Santos, por exemplo, um caminhão carregado de soja paga R$ 1.095,50 de pedágio. São 42 sacas por carga ou R$ 2 a saca, a cada viagem.
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