lodo de etes
O grande volume de resíduos sólidos industriais gerado pelo setor de celulose e papel e o alto custo do seu manejo estimulam pesquisas em busca de soluções mais adequadas para o seu gerenciamento. Uma alternativa que se destaca neste contexto é o aproveitamento destes resíduos em materiais de construção. Este trabalho visa o aproveitamento do lodo de ETE de indústria de papel na produção de compósitos cimentícios para uso na construção civil. Foi estudada a influência de diferentes teores da adição do lodo de ETE (5%,10%,20% e 30% em massa) em argamassa de cimento e areia, com relação água-cimento de 0,65. Determinou-se para o resíduo: teor de umidade; massa unitária; massa específica; pH; sazonalidade de geração e teor de sólidos fixos e para o compósito: massa específica aparente; absorção de água por imersão; absorção de água por capilaridade; retratibilidade; isolamento acústico; resistência à compressão e análise da microestrutura. O resíduo foi classificado como Classe II – A, não inerte e não perigoso, o que indica alto potencial para aproveitamento em materiais de construção. Sua incorporação na argamassa aumentou a absorção de água por capilaridade em 12,76 % e por imersão em 18,93% no traço com 30% de resíduo para a empresa "A". Houve também a diminuição da resistência à compressão com a incorporação do resíduo, entretanto definiu-se o ponto-ótimo de incorporação em 12% para as duas empresas avaliadas, garantindo assim a resistência mínima à compressão de 2,5 MPa, exigência para blocos sem função estrutural. A incorporação de resíduo também apresentou decréscimo na massa específica do compósito de 14% na empresa "A" e de 34% para a empresa "B" para os traços de 30% de resíduo. Os resultados permitem concluir que este compósito é adequado para uso em materiais de construção sem função