Lixo Eletrônico
Como acontece, por exemplo, com Bismark, um menino de 14 anos que trabalha revendendo as sucatas que encontra ali. Por falta de espaço em casa – uma pequena cabana que abriga os pais e quatro irmãos – ele dorme em meio a um amontoado de computadores, cobres e materiais plásticos queimados, na luta diária para sobreviver e para garantir a alimentação da família.
Segundo apurou a reportagem, a história de Bismark é marcada por trapaças e violências que dinamizam o mercado de lixo eletrônico. Um comércio protagonizado por jovens de olhos vermelhos afetados pela fumaça que vem da queima de materiais plásticos para aproveitamento dos metais. A ardência nos olhos e a respiração dificultada pelo ar contaminado são comuns naquela região, conhecida como Sodoma e Gomorra (cidades bíblicas que foram castigadas por Deus com uma chuva de enxofre).
Assim como os moradores da região, rios e ecossistemas africanos sofrem as consequências da contaminação desses resíduos, vindos em grande maioria de países como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. De acordo com análise realizada pelo Greenpeace no ano passado, o solo e o rio desta região têm níveis extremamente elevados de poluentes como: chumbo, cádmio, mercúrio, arsênico, dioxinas e outros. Em longo prazo, essas substâncias comprometem o sistema nervoso, os rins, o sangue e principalmente o cérebro das crianças. Como por exemplo, a inalação ou ingestão de chumbo pela água pode encolher o cérebro delas.
O custo desse mercado ainda é vantajoso para os países desenvolvidos. De acordo com a