Livro Amor L Quido
• Sobre a fragilidade dos laços humanos
• (Zygmunt Bauman)
• Patrícia Moro
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1 – Apaixonar-se e desapaixonar-se
Quase o mesmo se pode dizer do amor e da morte.
Parentesco, afinidade, elos causais são traços da individualidade e/ou do convívio humanos. O amor e a morte não têm história própria. São eventos que ocorrem no tempo humano - eventos distintos, não conectados (muito menos de modo causal) com eventos “similares”, a não ser na visão de instituições ávidas por identificar - (por inventar)
- retrospectivamente essas conexões e compreender o incompreensível. Assim, não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer. E não se pode aprender a arte ilusória
— inexistente, embora ardentemente desejada — de evitar suas garras e ficar fora de seu caminho. Chegado o momento, o amor e a morte atacarão — mas não se tem a mínima ideia de quando isso acontecerá.
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Se você investe numa relação, o lucro esperado é, em primeiro lugar e acima de tudo, a segurança – em muitos sentidos: a proximidade da mão amiga quando você mais precisa dela, o socorro na aflição, a companhia na solidão, o apoio para sair da dificuldade, o consolo na derrota e o aplauso na vitória; e também a gratificação que nos toma imediatamente quando nos livramos da necessidade. Por todos os motivos, a visão do relacionamento como uma transação comercial não é a cura para a insônia. Investir no relacionamento é inseguro e tende a continuar sendo, mesmo que você deseje o contrário.
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Para sentirem-se seguras, as pessoas preferem se
“encontrar” pela internet do que pessoalmente, assim, quando quiserem, podem apagar o que haviam escrito, ou simplesmente “deletar” (apagar) um contato e facilmente dizer “adeus”. Para as pessoas de hoje sentirem-se seguras precisam ter sempre uma mão amiga , o socorro na aflição, o consolo na derrota e o aplauso na vitória e isso nem sempre iria ocorrer caso tivessem as mesmas pessoas ao seu lado. No momento em que o outro não lhe