Literatura
Na década de 1830 surgiu uma nova forma de entretenimento: a leitura de romances estrangeiros, principalmente franceses, traduzidos e publicados em jornais brasileiros em forma de folhetins. Os romances eram marcados por lances melodramáticos e finais felizes, que faziam o gosto dos jovens da corte. Em 1843 surge o primeiro romance brasileiro, O filho do pescador, de Teixeira de Sousa. Mas foi com Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar que os folhetins alcançaram grande sucesso. Esses escritores ao falarem de amores idealizados, introduzem elementos nacionais, como a vida na corte e os costumes burgueses. Estava definido o perfil do romance urbano.
A circulação inicial dos romances ocorre nas páginas dos periódicos. O folhetim, que surgiu na França para aumentar a venda dos periódicos, já chega no Brasil fazendo sucesso e abrindo caminho para que, escritores como Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida, passassem a criar histórias brasileiras que substituíssem as estrangeiras.
Devido às elevadas taxas de analfabetismo da população brasileira, o número de leitores na primeira metade do século XIX não era grande. Não é de admirar portanto que os leitores dos folhetins românticos fossem membros da elite, profissionais liberais da corte ou das províncias, moços e moças que desejavam seguir o exemplo das cortes europeias.
A linguagem do romance romântico urbano é acessível. É frequente o narrador estabelecer dialogo com um leitor especifico que pode ser um amigo ou um parente. Essa interlocução dá ao leitor a impressão de estar ouvindo uma conversa particular, em que um deles conta o que fez para se aproximar de uma moça por quem se apaixonou.
Um segundo recurso narrativo sobressai na estrutura desses romances: as referências a elementos que o leitor possa reconhecer no mundo real. Assim, os autores fazem com que suas personagens passeiem por locais públicos familiares aos leitores da