Literatura
REGINA ZILBERMAN, IN
Crítica do tempo presente. Porto Alegre: Nova Prova, 2007
O modelo de ensinar literatura no Brasil
O estudo das literaturas brasileiras e portuguesas foi transplantado para as universidades, através dos cursos de Letras, a partir da década de 30 do século XX; As Faculdades de Letras “não chegam a alterararem seu programa de estudo das literaturas vernáculas, caracterizado por:
“Preferência pela perspectiva historicista, fundamentada em eixo cronológico progressivo, que narra as origens de cada literatura e suas transformações ao longo do tempo; O presente aparece, seguidamente, como o ponto de chegada de uma evolução ascendente, de modo que a atualidade é tida como resultado contínuo aperfeiçoamento; Mesmo quando invertido o vetor cronológico, fazendo-o caminhar do hoje para o ontem, o ângulo de avaliação não se altera, afirmando-se depois como superior ao antes”;
“Divisão das literaturas conforme as nacionalidades, separando-se a literatura portuguesa e a literatura brasileira enquanto entidades diversa e, às vezes, até opostas. Resultado do enfoque nacionalista predominante na ideologia do século XIX, a adoção dessa ótica faz com que a produção literária oriunda de Portugal se confunda com o imperialismo e o colonialismo que marcaram a administração lusitana durante o período anterior à independência política”.
Contam-se entre os resultados da perspectiva adotada:
a) “isolamento de duas tradições literárias, a
portuguesa e a brasileira, apesar de elas pertencerem a um tronco comum; b) Marginalização da produção originária das novas nações africanas e da Ásia; ou pelo contrário, consideração de modo isolado ou fragmentando das manifestações literárias nacionais emanadas dos países africanos ou orientais em língua portuguesa”.
Proposta de estudo visa reconhecer:
a) A unidade entre os escritores que se
expressam em língua portuguesa, formação