Literatura trab
O filósofo pré-socrático Parmênides nasceu em Eléia na Magna Grécia. Ele não é um seguidor ou reelaborador de um pensamento já esboçado, mas é um inovador radical.
Ele atribuiu três possíveis "vias" à pesquisa: uma da verdade absoluta, uma das opiniões falaciosas ou da absoluta falsidade, e uma da opinião plausível.
Na via da absoluta verdade, do lógos, o grande princípio parmenidiano é este: O ser é e não pode não ser; o não-ser não é e não pode ser de modo algum. Isso se justifica em sua frase: "Necessário é dizer e pensar que o ser é: de fato o ser é, nada não é".
Segundo Parmênides, o ser é a única coisa pensável e exprimível, a ponto de fazer coincidir o pensar e o ser, pois não há pensamento que não exprima o ser. Ao contrário, o não-ser é de todo impensável, inexprimível, indizível e, portanto, impossível e absurdo.
Esta é a primeira grandiosa formulação do princípio da não-contradição, o princípio que afirma a impossibilidade de coexistência simultânea dos contraditórios, no caso o ser e o não-ser. Se há ser, não pode haver o não-ser. Aristóteles mais tarde reformularia esse princípio em sua Lógica.
O ser parmenidiano, em primeiro lugar é ingênito e incorruptível. Pois se foi gerado, só o foi do não-ser ou do ser; do não-ser é impossível porque o não-ser não é; do ser é igualmente impossível porque já seria e não nasceria. E por estas mesmas razões é impossível que se corrompa.
O ser não tem, pois, um passado e um futuro, mas é presente eterno sem início nem fim. Segundo Parmênides, o ser é imutável e absolutamente imóvel, é perfeito e acabado e, como tal, não tem necessidade de nada e, por isso, permanece em si mesmo idêntico no idêntico. Ele é um contínuo todo igual já que qualquer diferença implica o não-ser.
Resumidamente, a única verdade consiste, portanto, no ser ingênito, incorruptível, imutável, imóvel,