Literatura Menor
A literatura menor estaria relacionada à criação, recriação, invenção e reinvenção da língua por uma minoria, resultando desse processo uma língua maior.
Os autores enfatizam que tudo numa literatura menor é relacionado à política. Todos os problemas individuais estão relacionados à política e ao coletivo.
Desse modo, são características da literatura menor: a desterritorialização da língua, a influência política no âmbito individual e o individual como apêndice resultante de uma realidade coletiva.
A desterritorialização da língua consiste em romper as barreiras, está intimamente relacionada ao processo de criação e reinvenção. A arte como um todo possibilita a criação de novos signos e no plano da linguagem acontece a criação de uma nova língua dentro de uma língua já existente, ou seja, mudanças na forma, como a quebra de regras morfológicas ou sintáticas. Um exemplo claro de desterritorialização da língua na literatura brasileira é a obra de Guimarães Rosa.
A política numa literatura menor deságua no âmbito individual influenciando na trajetória da personagem e até mesmo influenciando na criação da personagem, ou seja, do indivíduo, determinando assim seus valores e hábitos.
A terceira característica se refere ao valor coletivo de uma obra, quando uma personagem representa o coletivo, assumindo uma consciência coletiva, exercendo também uma função revolucionária. “Não há sujeito, há apenas agenciamentos coletivos de enunciação – e a literatura exprime esses agenciamentos, nas condições onde eles não são dados para fora, e onde eles existem apenas como potências diabólicas futuras ou como forças revolucionárias a serem construídas” (DELEUZE-GUATTARI, 1997, p. 28). O conceito de “agenciamento coletivo de