Literatura do Cordel
LITERATURA DE CORDEL
É que os cordéis sempre são
Histórias bem trabalhadas,
Possuem linguagem fácil,
Estrofes sempre rimadas,
Versos sempre bem medidos,
Palavras cadenciadas.1
poeta repentista Silvino Pirauá de Lima (1848-1913).
A xilogravura (arte de entalhar desenhos na madeira) foi introduzida a partir dos anos 1930, por causa da necessidade que os poetas sentiram de ilustrar as capas dos seus livretos com desenhos condizentes com o enredo.
literatura de cordel chegou ao Brasil na bagagem do colonizador, ainda como poesia oral. Por acaso se instalou no Nordeste brasileiro, a partir de Salvador, e depois se espalhou pelo restante do Brasil. Passou a se chamar literatura de cordel por causa da forma como os livrinhos eram
(e ainda são) apresentados para venda, expostos em cordões ou barbantes, nas feiras e mercados.
As histórias são geralmente escritas em sextilhas, septilhas ou décimas, e com versos de sete sílabas poéticas. Os decassílabos são os mais comuns entre os cantadores repentistas. Na maioria das vezes os livrinhos são impressos em papel barato, têm o formato de oito páginas, e o mais comum é um cordel ter até 32 estrofes. Mas isso não é regra.
Se o tema é mais abrangente o cordel pode ter 12,
16, 20, 32 páginas ou mais. Nesse caso passa a se chamar romance.
Esse gênero literário permanece até hoje bastante difundido no Nordeste, especialmente nos estados de
Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte,
Alagoas e Piauí. Os poemas, geralmente vendidos pelos próprios autores, ainda narram fatos do cotidiano local, como acontecimentos políticos, festas, desastres, disputas, milagres, enchentes e secas. Já foi chamado de “o jornal do sertanejo”, num tempo em que rádio era coisa de rico, televisão não existia e o jornal só circulava nas grandes cidades. Os versos são muitas vezes declamados ou cantados ao público, em toadas lentas e penosas, com acompanhamento de violas ou