Literatura de cordel
ORIGEM
O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras*, também usadas nas capas.
*XILOGRAVURAS:
DEFINIÇÃO
Literatura de Cordel (Também conhecido como folheto), é uma modalidade impressa de poesia, que já foi muito estigmatizada mas hoje em dia é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado, regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse a morte do cordel, mas ainda não foi dessa vez.
ESTRUTURA
Os poemas em cordel seguem regras de métrica e rima inescapáveis, sem elas não se faz um cordel. As estrofes mais comuns são as de dez, sete ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. A seguir veremos as formas mais comuns de literatura e seus exemplos:
Sextilha
Geralmente, o cordel é escrito em forma de sextilha, estrofes de seis versos, com versos de sete sílabas poéticas. Obrigatoriamente, o segundo, o quarto e o sexto versos devem rimar entre si. Para exemplificar, segue abaixo a primeira estrofe do cordel “O Pavão Misterioso”, de José Camelo de Melo Rezende, um dos cordéis mais lidos até hoje:
1o Eu/ vou/ con/tar/ uma/ his/tó/ria [não rima]
2o De um pavão misterioso [rima]
3o Que levantou vôo na Grécia [não rima]
4o Com um rapaz corajoso [rima]
5o Raptando uma condessa [não rima]
6o Filha de um conde orgulhoso. [rima]
Setilha
Também usada, a setilha, com