Literatura Brasileira em Quadrinhos

INTRODUÇÃO

É inegável a criação de um cenário imaginário e a personificação dos participantes de uma narrativa – pelo leitor – durante a leitura de uma obra qualquer. No entanto, quando essa mesma leitura é refeita a partir de uma narrativa em arte sequencial, esse mundo construído, até então, pela leitura da obra original, sofre a invasão de uma nova ótica interpretativa, desenhada e roteirizada por artistas (que, por sua vez, também são leitores) e reescritas mentalmente utilizando-se de um novo estoque de referências. Quando se compara uma obra à sua representação quadrinizada, quase nunca encontramos paralelos entre nossa própria idealização construída e o novo universo oferecido pelo adaptador – corroborando, assim, a diversidade de interpretações sobre um mesmo texto.
A leitura de uma adaptação introduz, em um universo preconcebido, um novo universo paralelo, que se funde ao original dando margem à criação de novos mundos. Partimos da hipótese de que as histórias em quadrinhos são textos narrativos que integram duas linguagens: a visual e a verbal, cujo objetivo sócio-comunicativo é, em geral, provocar o riso, como é típico das histórias em quadrinhos em geral.
Objetiva-se com o presente trabalho compreender o funcionamento textual/ discursivo de textos literários vinculados a histórias em quadrinhos, caracterizando-os como gênero, com isso, objetiva-se também, iniciar os alunos e os leitores em geral ao gosto pela literatura de uma forma lúdica oferecendo-lhes uma pré-leitura através dos quadrinhos. Esta investigação buscará o suporte das tipologias de texto e discurso nas teorias da enunciação e do discurso e na linguística textual, e se alicerçará também na abordagem conforme concepção de Bakhtin. Com os conceitos da análise do discurso e os postulados de Humberto Eco, procuramos compreender o discurso que a literatura em quadrinhos revela. Para tanto, nos ancoramos no conceito do discurso lúdico, tais como: conceitos de gênero discursivo e o