Lit clarice
Seus textos apresentam uma profunda introspecção psicológica (fato desenvolvido desde o Realismo no século XIX). A Instrospecção tradicional procura desvendar o Universo mental, porém no Fluxo de Consciência (marca da obra de Clarice) quebra os limites espaço-temporais. Há frequentes momentos de Epifania – “revelação” a partir de fatos banais e cotidianos, passando a ter uma visão mais aprofundada da vida, das pessoas, do Amor, enfim.
Costuma classificar a sua escrita como Intimista e Psicológica, mas não deixa de ser social, filosófica, existencial e metalinguística.
Felicidade Clandestina:
Gênero
Conto-título.
Narrador
Narrativa em primeira pessoa do singular, recurso que por vezes mescla a noção de personagem e autor. Em alguns contos é possível identificar personagens como alter-egos de Clarice, como a menina do conto-título de Felicidade Clandestina.
Tempo
Assim como o conteúdo analítico dos contos, o tempo também não é objetivo. O fluxo de consciência em Clarice Lispector torna embaçada a noção de tempo. No conto-título, sabe-se que o tempo é a infância, embora ao final a autora evidencie o processo de amadurecimento da protagonista. De forma geral, há uma percepção temporal alterada, já que a ação do conto pode ter se passado em poucos dias, mas tem-se a impressão de que o suplício da menina durou uma eternidade.
Espaço
A construção espacial é simples, retratando o cotidiano infantil de uma menina comum em Recife. Mas Stella Bello lembra: “Felicidade clandestina é uma obra metafísica, que rompe com os limites de espaço-tempo por meio do fluxo da consciência, característica que a autora explorou de várias formas, sempre mantendo uma estética