LINHAGEM FAVACHO – MEMÓRIAS E HISTÓRIAS

Outro texto de máxima importância para avaliarmos a influência da Linhagem Favacho no momento atual da Raça Mangalarga Marchador é o originário de uma carta, escrita de próprio punho pelo Sr. Rubens Junqueira de Andrade a 19 de Outubro de 1986 para seu filho Haroldo, cujos originais encontram-se hoje na sede do Haras Favacho.

Segue-se a transcrição original:

“ Filho,

O primeiro reprodutor que me lembro no Favacho é o tordilho Plutão, filho de Ouro Preto JB, que por sua vez era filho de Belini lá do Campo Lindo, do qual não me lembro.

Égua excepcional que tivemos foi a Caxias, filha de Belini, mãe do Duque, do Favacho V8, do Favacho Ouro Preto (castrado, sela do meu pae) e da Onda, mãe do Candidato, Jango e Gesso. Duque era filho do Canadá; V8, Ouro Preto e Onda, filhos do Plutão.

Canadá, outro dos antigos que me lembro no Favacho, donde descendia, veio do Tio Zezico de São Joaquim da Barra-SP, mas vinha de tropa antiga antes dos paulistas introduzirem outros sangues a fim de melhorar tipo e aprumos em prejuízo do andamento. Da mesma forma, Tio Zezico nos enviou, via Bento, o Chimango nos anos 70. O Duque era baio claro assim como o excelente Canadá, e digo, foi o melhor cavalo de marcha que já montei, era um sofá.

Depois tivemos o Trovão, que veio do José Francisco, em Orlândia-SP, marchador por excelência, não deixou muitos descendentes porque vendíamos todos os filhos e filhas, escapando a Metralha (x Cambeta), que o Bento presenteou ao Maurílio da Estela, e que veio a dar o Favacho vendido ao Sr. Abílio Pereira Leite (Lorena-SP), pae do Favacho RB do Bortoni. Trovão merece uma referência porque realmente foi um grande reprodutor, era um pouco sapateiro, mas bom de marcha e bonito.

Bem antes tivemos, mais nos Lobos com Bento pois era dele, o Calçado (Belini x Calçada) que nunca foi amansado porque em potro machucou a mão, cortada no arame que nunca sarou; mas tiramos produção dada sua excelência de tipo e mesmo andamento, vendo tocado.