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A bacia do rio Trombetas pertence, geográficamente, à região do baixo Amazonas , de onde são provenientes as cerâmicas Marajoara, Aruã, Santarém e Maracá. No caso específico do rio Trombetas, a potencialidade arqueológica e a diversidade dos artefatos são notórias desde o século XIX, quando aí foram descobertos os primeiros ídolos de pedra amazônicos e fragmentos de cerâmicas elaboradas (Barbosa Rodrigues,1875). Além disso, mais recentemente, foi identificada, na referida bacia, uma das maiores concentrações de conjuntos rupestres da Amazônia (Pereira, 2003). Assim, a região do rio Trombetas e de Santarém, por serem quase contíguas, formam uma área de ocorrência de importantes vestígios arqueológicos. As fontes históricas relatam especialmente para a foz do rio Tapajós, a existência de assentamentos populosos (Carvajal, 1941; Rojas, 1941), formas hierarquizadas de organização social (Heriarte, 1874) e cultos religiosos (Bettendorf, 1990; Heriarte, 1874). Esses elementos associados aos vestígios arqueológicos induziram à hipótese sobre a existência de complexidade cultural nessa região.
Apesar do alto potencial arqueológico, a região de Trombetas não garantiu a execução de projetos de pesquisa sistemáticos, tanto que foram conduzidos de maneira intermitente na década de 1950 por Peter Hilbert (Hilbert, 1955a; 1955b;) e na década de 1970 por Peter e Klaus Hilbert (Hilbert, 1980; Hilbert;Hilbert, 1980). A partir da década de 1980 as PESQUISAS foram retomadas sob a perspectiva da arqueologia preventiva, uma vez que foi implantado um pólo de exploração de bauxita na região. (Araújo Costa et al., 1985; Hilbert, 1988; Kalkman; Costa Neto, 1986; Lopes, 1981; BRANDT, 2000; Guapindaia, 2000).
Dentro dessa perspectiva, é que foi definido o escopo do projeto que vem sendo desenvolvido na região de Porto Trombetas. Assim, desde o ano de 2001 o Museu Paraense Emílio Goeldi vem executando pesquisas arqueológicas na região de Porto Trombetas através da