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As crianças nascidas prematuramente estão em maior risco para alterações em seu desenvolvimento. O déficit cognitivo persiste como sequela mais prevalente em prematuros de muito baixo peso ao nascer 1.
No desenvolvimento cognitivo infantil, fatores socioeconômicos 2 e biológicos 3 têm sido investigados e os mesmos se articulam complexamente. Alguns estudos apresentam modelos teórico-conceituais para ocorrência deste desfecho, que incorporam um conjunto de variáveis 1,2,3,4, cuja significância é avaliada através de modelagem estatística 2. Desta forma, foi possível identificar que a criança inserida num contexto de baixo nível socioeconômico (nível distal) traz repercussões sobre processos que estão em outros níveis teóricos de explicação: intermediários, tais como a dificuldade de acesso à assistência médica de qualidade, e proximais como a precariedade de estímulo do meio ambiente, os quais determinam desenvolvimento cognitivo deficiente 2.
A escolha das variáveis para a composição de modelos teóricos pode sofrer influência das características da população a ser avaliada. A variável prematuridade é frequentemente incorporada a estes modelos devido à sua associação com alteração do desenvolvimento cognitivo. Porém, a população de prematuros é heterogênea, apresentando aqueles de muito baixo peso ao nascer (peso inferior a 1.500g) maiores riscos para incidência de déficits cognitivos 5. Torna-se importante, portanto, se destacarem fatores específicos para predição da ocorrência deste evento e compreensão do papel de fatores mediadores e de confusão, quando se deseja avaliar uma exposição principal nesta população.
O modelo de análise hierarquizado permite a identificação de fatores biológicos e sociais determinantes deste evento de interesse, sendo que muitos destes se relacionam conceitualmente. Estes fatores poderiam atuar distalmente (níveis superiores), ou de forma intermediária, e proximalmente (atuação mais direta sobre o evento) 6. Este