Campinas, 14 a 31 de dezembro de 2009 – ANO XXIV – Nº 451| EXPEDIENTE | ASSINE O JU | Dentista identifica alterações em ossos de portadores de doença genética raraEstudo é o primeiro do gênero no Brasil com pessoas com Doença de GaucherRAQUEL DO CARMO SANTOSA Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) detecta alterações no maxilar e mandíbula de pacientes com Doença de Gaucher atendidos no Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) da Unicamp. Trata-se do primeiro estudo brasileiro a analisar as condições orais e o crescimento e desenvolvimento craniofacial dos portadores da doença genética rara, que tem como sintomas alterações nas vísceras, no sangue e nos ossos.Segundo a cirurgiã-dentista Flávia Riqueto Gambareli, autora da tese de doutorado defendida na FOP, as condições ósseas desses pacientes foram afetadas, sugerindo um quadro de osteopenia, que consiste na diminuição da densidade mineral do osso, precursora da osteoporose. Outro dado apresentado no estudo, orientado pela professora Maria Beatriz Duarte Gavião, consiste no nascimento – ou erupção, na linguagem técnica – precoce dos dentes das crianças acometidas pela doença.Os achados, segundo Flávia, permitem entender melhor o mecanismo da enfermidade nos pacientes adultos e infantis. Por se tratar de uma doença rara, nenhum estudo brasileiro havia focado nestes aspectos referentes à saúde oral e alterações craniofaciais. “Só dados da literatura internacional são consultados, mas não retratam as especificidades da população brasileira”, explica a pesquisadora que contou ainda com a colaboração da cirugiã-dentista Maria Elvira Pizzigatti Corrêa, responsável pelo atendimento dos pacientes do Hemocentro.Além de avaliação clínica oral completa e da análise de exames radiográficos, Flávia aplicou um questionário para os 17 voluntários envolvidos no estudo. Oito eram crianças e adolescentes, entre sete e 15 anos, e nove adultos, entre 27 e 53 anos. Basicamente, a Doença de