Limitações Digitais
LIMITAÇÕES DIGITAIS
Carlo Gabriel Porto Bellini*
Edwin Giebelen**
Richélita do Rosário Brito Casali***
RESUMO
Palavras-chave:
As tecnologias de informação e comunicação – TICs constituem ferramental indispensável para a inserção do indivíduo na sociedade contemporânea, no sentido de seu pleno exercício de cidadania. Discussões sobre limitações de acesso e de uso das TICs são comuns na literatura acadêmica internacional (usualmente tratadas pelo termo
“exclusão digital”) e também preocupam cidadãos e gestores na elaboração de políticas públicas. No presente estudo, de natureza conceitual e crítica, identificam-se as formas básicas de limitação digital presentes na literatura e elabora-se uma mais refinada distinção entre elas a partir do entendimento de que fenômenos de naturezas diferentes vêm sendo equivocadamente tratados de maneira indistinta e sem igual profundidade. Três formas principais de limitação digital são definidas (limitação de acesso, limitação cognitivo-informacional e limitação comportamental) e suas interdependências são identificadas e descritas à luz da teoria do comportamento planejado. Como resultado adicional, percebe-se que o fenômeno da limitação digital envolve mais dimensões do que usualmente se imagina e apresenta uma dinâmica complexa de possibilidades de solução, dado que a interdependência entre as três formas de limitação é muito sensível a alterações em fatores tecnológicos, sociais, econômicos, cognitivos e comportamentais.
Exclusão Digital. Tecnologias de Informação e Comunicação.
Teoria do Comportamento Planejado. Modelagem
Conceitual.
1 INTRODUÇÃO
D
iscussões em relação às tecnologias de informação e comunicação – TICs, e mais especificamente em torno das variadas formas de exclusão, desigualdade ou limitação digital, são comuns na literatura acadêmica e ocupam espaço importante na elaboração de políticas públicas (VAN DIJK; HACKER, 2000).
Ilustrando a