Liberdade para Chauí
Segundo Marilena Chauí, a necessidade em oposição à liberdade traduz a ideia de que o curso das coisas e da nossa vida já está predeterminado e não há nada que possamos fazer para alterá-lo. Foge de nossas mãos qualquer liberdade para mudar nosso destino e escolher como se encaminhará nossa vida. Significa dizer que uma coisa não pode ser senão como de fato é. Já a contigência versus a liberdade refere-se ao acaso, às interpéries que vão aparecendo ao longo de nossa vida e que podem ser de uma maneira ou da maneira oposta, e assim sendo não temos liberdade para alterar fatos que são maiores que nós e que nossas opniões. Dois exemplos que me são particulares podem resumir os dois conceitos apresentados por Chauí. O primeiro refere-se à necessidade x liberdade, quando nasci mulher numa sociedade em que ainda há o preconceito sexual, onde as mulheres, em determidas profissões, ainda recebem menos que os homens para fazer as mesmas coisas. Já o segundo, refere-se à contingência x liberdade, quando o governo do país onde moro ainda não valoriza de forma satisfatória a profissão que escolhi.
Uma citação que, para mim, reflete um pouco das dois conceitos apresentados pela autora é a frase de Nelson Mandela:
"É aquilo que fazemos do que temos, e não o que nos foi dado, que distingue uma pessoa de outra. "
Outra citação que me esclarece um pouco o termo liberdade é um trecho do texto "Liberdades" de Luis Fernando Veríssimo:
"Fala-se em liberdade como se ela fosse um absoluto. Mas dizer “eu quero ser livre” é o mesmo que dizer “eu quero” e não dizer o quê. Existe a Liberdade De e a Liberdade Para. Não é uma questão apenas de preposições e semântica. É a questão do mundo. O liberalismo clássico iconizou a Liberdade Para. Você é livre se tem liberdade para dizer o que pensa