Liberalismo
Doutrina política e econômica surgida na Europa, na Idade Moderna. Seu desenvolvimento, nos séculos XVIII e XIX, está associado ao crescimento da classe média. Desafiando o Estado monarquista, aristocrático e religioso, os liberais lutam para implantar governos parlamentares e constitucionais, separados do clero e da monarquia.
Liberalismo político - Defende as liberdades individuais frente ao poder do Estado e prevê oportunidades iguais para todos. Coloca o direito do indivíduo de seguir a própria determinação, dentro dos limites impostos pelas normas, como fundamento das relações sociais. Ganha diferentes conotações em cada país, sendo identificado como de esquerda, de centro ou de direita, conforme as ideologias locais.
Liberalismo econômico - O liberalismo econômico nem sempre se identifica com o liberalismo político. Defende a não-intervenção do Estado na economia por acreditar que a dinâmica de produção, distribuição e consumo de bens é regida por leis próprias, como a lei da oferta e da procura.
Seu principal teórico é o economista escocês Adam Smith (1723-1790), autor de Uma Investigação sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações , importante obra da economia. Ataca a intervenção estatal e propõe uma economia dirigida pelo jogo livre da oferta e da procura, o laissez-faire (deixai fazer, em francês). Para Adam Smith, a verdadeira riqueza das nações está no trabalho, que deve ser dirigido pela livre iniciativa dos empreendedores. O liberalismo econômico recebe, posteriormente, a colaboração dos economistas ingleses Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823), também sociólogo.
Mais tarde, liberais de alguns países, como os do Reino Unido, aceitam a intervenção estatal, para superar injustiças sociais, e formas de protecionismo econômico enfrentando a oposição de não-liberais. A combinação de liberalismo político e dirigismo estatal na economia torna-se responsável, entre 1950 e 1980, pelo surgimento dos Estados de Bem-Estar