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Juliana Costa Mota1
1. Introdução
Goiânia, planejada e construída nos anos 30, teve dois planos diretores elaborados por arquitetos paulistas nos anos 60 – Luís Saia (1960-1964) e Jorge Wilheim (1968-1969).
As razões para a elaboração destes planos na década de 60, num curto período de tempo, envolvem questões locais e nacionais. Por um lado, o intenso crescimento da cidade, além do inicialmente planejado, marcado pela falta de planejamento e de controle e por problemas urbanos decorrentes da extensa expansão periférica, na sua grande parte desprovida de serviços urbanos e infra-estrutura mínima, e coordenada a numerosas glebas de terrenos vazios. Este processo ocorre principalmente na década de 50, momento de intensa urbanização da população brasileira e, no caso específico de Goiânia, quando a construção de Brasília é o principal motivo para o seu grande crescimento populacional – a população da cidade triplica, vai de 52.201 habitantes, em 1950, para 151.013, em 1960
(Censos do IBGE, 1960 e 1960).
Por outro lado, nesse período se intensifica o processo de institucionalização do planejamento urbano no Brasil, no qual se destaca a mobilização dos arquitetos, com princípios e reivindicações claras quanto à formação deste campo de conhecimento e de prática profissional. Nos anos 50 e 60 o debate urbanístico no Brasil é marcado pelo reconhecimento dos problemas urbanos resultantes do acelerado processo de urbanização do país, que fundamentava a necessidade urgente de planejamento urbano. Os arquitetos começam a se organizar para elaborar planos diretores fora do âmbito das administrações
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Departamento de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo – EESC/USP. E-mail: jumota@hotmail.com
municipais – num primeiro momento, nos anos 50, a partir dos seus escritórios, como
profissionais