Leptospirose
A leptospirose é uma zoonose emergente de nível global e de grande importância, merecendo destaque principalmente nos países em desenvolvimento (43), mas em países desenvolvidos é uma doença frequentemente associada a condições de moradia ruins, como favelas, e é também uma doença emergente entre os praticantes de esportes radicais relacionados a ambientes aquáticos (31,41). Em regiões de clima tropical, as condições para a transmissão da doença são particularmente favoráveis, mas a leptospirose é encontrada em todo o mundo. As taxas de incidência da doença são subestimadas, principalmente devido a falta de diagnóstico rápido e eficiente. Casos assintomáticos e com infecção sub-clínica são comuns em regiões endêmicas (5, 6).
A leptospirose é mantida pela persistente colonização dos túbulos renais proximais de animais que servem como hospedeiros. Um grande número de espécies de mamíferos pode ser considerado na transmissão e manutenção da leptospirose, principalmente roedores, morcegos e marsupiais (7). Um animal infectado pode permanecer assintomático e carregar a infecção em seu trato urinário por toda sua vida (15, 24, 39). Não há relato que descreva o homem como transmissor da doença, embora o doente elimine através da urina leptospiras durante semanas ou meses quando infectado (15). A infecção humana é resultado da exposição à urina infectada de animais contaminados, diretamente ou indiretamente através de água ou solo infectados. Embora a leptospirose não seja uma doença utilizada como arma biológica, as manifestações clínicas podem mimetizar algumas doenças hemorrágicas, e em tempos de constante alerta ao bioterrorismo, isso deve ser levado em conta (34, 41). O agente etiológico responsável pela leptospirose é a Leptospira spp. São bactérias espiroquetas, da família Leptospiraceae e que tipicamente eram classificadas de acordo com determinantes antigênicos (11, 38). Recentemente, com a introdução de técnicas de