Leptospirose
1)Introdução
A Leptospirose é uma antropozoonose direta, que tem como hospedeiros primários os animais selvagens, sinantrópicos e domésticos. Os seres humanos comportam-se como hospedeiros terminais, acidentais. A sua distribuição geográfica é cosmopolita, no entanto, na América Latina,
África e Ásia, os níveis de ocorrência são elevados pois as condições ambientais de ordem físicoquímica e sócio-econômico-cultural favorecem a persistência e a disseminação da infecção,
(BLENDEN, 1976)
O gênero Leptospira é um dos componentes da família dos Espiroquetídeos, onde estão reunidos os microrganismos de morfologia filamentosa, espiralados, visualizados apenas pela microscopia de campo escuro ou de constraste de fase e com afinidade tintorial pelos corantes argênticos. Nesse gênero a partir da análise da homologia de DNA, são reconhecidas sete espécies patogênicas (L. interrogans, L. borgpetersenii, L. santarosai, L. kirshneri, L weilli e L. noguchii e L. inadai). Do ponto de vista taxonômico as características antigênicas decorrentes de antígenos da parede da bactéria, de natureza lipo-polissacarídica, possibilitam a diferenciação sorológica que supera a cifra de 200 sorovares para as espécies patogênicas os quais por parentesco antigênico são reagrupados em sorogrupos (FAINE, et al., 1999)
Dentre os fatores ligados ao agente etiológico que favorecem a persistência dos focos de
Leptospirose, especial destaque deve ser atribuído à: 1) elevado grau de variação antigênica; 2) relativo grau de sobrevivência no ambiente em ausência de parasitismo (registros experimentais confirmam até 180 dias na dependência de teor de umidade, proteção contra raios solares e pH neutro ou levemente alcalino) e 3) ampla variedade de vertebrados suscetíveis que podem hospedar o microrganismo. (BLENDEN, 1976 ).
As leptospiras podem infectar diversos grupos de animais vertebrados, no entanto, na atualidade os mamíferos são os que apresentam maior