Leptospirose
São Paulo
2014
CLASSIFICAÇÃO / fatores de virulência
As leptospiras pertencem à ordem Spirochaetales e família Leptospiraceae. São bactérias com 0,1 a 0,2 μm de diâmetro (microscopia de campo escuro é essencial para a observação) e 6-12 μm de comprimento, forma fina e espiralada. Apresentam extremidades com dois flagelos. Aeróbicas estritas, catalase positivas, oxidases negativas, capazes de utilizar os ácidos graxos de cadeia longa como a única fonte de carbono e energia, incapazes de metabolizar os açúcares, não necessitam de aminoácidos para o crescimento.
As leptospiras possuem a mesma estrutura de parede celular das bactérias Gram negativas típicas, mas com a camada de peptidioglicano aderido a membrana citoplasmática interna e sobreposto pela membrana externa. Dentro da membrana externa, o LPS, constitui o principal antígeno e o principal componente de superfície. Ela é estrutural e imunologicamente semelhantes ao LPS das outras bactérias Gram negativas, mas é muito menos tóxica, na maioria dos testes da atividade endotóxica. Ela é 12 vezes menos letal para camundongos quando comparado ao LPS da E. coli. As leptospiras são cultivadas em meios artificiais, contendo 10% de soro de coelho ou 1% de albumina sérica bovina com adição de ácidos graxos de cadeia longa e pH 6,8–7,4; A temperatura ótima para seu crescimento está entre 28°- 30°
C; são catalase e oxidase positiva.
Recentemente, houve uma mudança na classificação das leptospiras baseada nos aspectos genéticos pois, em 2003, foi decifrado o genoma de um de seus sorovares patogênicos. Desta forma, são conhecidas 7 espécies patogênicas: L. interrogans sensu stricto, L. santarosai, L. borgpetersenii, L. kirschneri, L. noguchi, L. weilii, L. alexanderi. A especificidade do hospedeiro não é sorovar exclusiva e muitos animais podem ser hospedeiros de vários sorovares.
O habitat das leptospiras inclui: água estagnada, solo úmido, matéria orgânica em