Leon Hirzman

434 palavras 2 páginas
Após um banho de cultura esse mês, dando destaque ao teatro — e confesso que estou escrevendo uma peça clandestinamente —, senti um enorme interesse em ler esse tipo de texto, com a intenção de aprender mais um pouco sobre. E me apaixonei; já havia lido o “Teatro de Caio Fernando Abreu” e fiquei encantado com o estilo da escrita. Lembrei do texto teatral mais popular do Brasil; “O Auto da Compadecida – Ariano Suassuna”, mas não o encontrei. Foi então que encontrei “Lisbela e o Prisioneiro – Osman Lins”, e mexendo mais um pouco na prateleira avistei “Eles Não Usam Black-Tie”, de Gianfrancesco Guarnieri — e logo me lembrei do filme, e da cena inesquecível no final. Não pensei duas vezes e o levei para casa.
Eles Não Usam Black-Tie conta a história de um grupo de gente simples, moradores da favela, que busca uma vida melhor — em troca de muito trabalho. Como em teatro; tudo tem que ser objetivo, e logo, de cara, conhecemos o fio condutor de toda a história; a revolta dos funcionários de uma fabrica, buscando conseguir algum resultado através de greves. O tema é colocado de forma inteligente, numa calorosa discussão entra pai, Seu Otávio e o filho Tião; de pensamentos diferentes; um tentando defender a própria classe operaria e o outro preocupado apenas com o próprio futuro — e o futuro de sua futura esposa, e filho, o motivo para temer em continuar sendo pobre.
O texto é cheio de diálogos marcantes — principalmente entre pai e filho —, e alguns até engraçados; como as de D. Romana, a matriarca do barraco — cujas falas vão mostrando sua força e luta —, e Chiquinho, o irmão mais novo de Tião. Os diálogos são escritos de uma forma bem peculiar, bem popular, dando realismo à situação financeira e cultural das personagens. O modo como foi “encontrado” o titulo para a o texto é bem interessante.
A peça foi escrita em 1958, para o teatro de arena, e teve sua estréia no dia 22 de fevereiro do mesmo ano, com Guarnieri no papel de Tião. Foi bem recebida pela critica, ficando

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