Leolinda De Figueiredo Daltro
(1860-1935)
Feminista e Indianista.
(Dicionário Mulheres do Brasil)
Nasceu na Bahia e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde morou a maior parte de sua vida desempenhando um importante papel político como precursora do feminismo e do movimento em prol dos índios no Brasil. Teve cinco filhos e criou-os separada do marido.
Foi bem próxima do republicano Quintino Bocaiúva e amiga de Orsina da Fonseca, primeira mulher do presidente Hermes da Fonseca. Apaixonada pela ideia de incorporar os índios brasileiros à sociedade por meio da educação, sobretudo sem conotações religiosas, usou de todos os artifícios a seu alcance para, no ano de 1986, iniciar o ambicioso projeto de percorrer o interior do Brasil promovendo a alfabetização de tribos indígenas. A proposta de Leolinda era ousada e inovadora. Naquela época, o debate publico em torno da questão estava ora em favor da catequização acompanhada da completa aculturação de tribos, ora em favor da sumaria eliminação das populações indígenas remanescentes no Brasil.
Leolinda deixou os filhos com parentes e viajou para Minas Gerais, passando antes por São Paulo, onde encontrou apoio, inclusive financeiro, de homens influentes, como o fazendeiro e politico republicano Eduardo Prado, Horace Lane, Caio Prado, Martinho Prado e Elias Fausto. Contudo, à medida que se aproximava do interior, Leolinda ia encontrando fortes resistências a sua proposta. A incorporação dos “silvícolas” à sociedade, respeitando-se as especificidades culturais desses povos, afetava os dois principais pilares do poder no Brasil, em fins do século XIX, que eram a Igreja e a propriedade latifundiária.
Em razão de suas ideias, Leolinda sofreu em Uberaba toda sorte de perseguições, chegando a ser escorraçada da cidade sendo chamada de “mulher do diabo”. Foi então para Araguari, cidade vizinha, ainda no Triangulo Mineiro, de onde iniciou uma longe viagem que durou até 11897, pelos sertões de Goiás, atingindo as fronteiras do