leolinda daltro
A educadora Leolinda Daltro perambuloupelos sertões durante quatro anos, impulsionada por seu projeto de catequese laica. Encontrou obstáculos e inimigos que chegaram a atentar contra sua vida; encontrou também amigos e colaboradores.Fundou uma colônia, às margens do rio Araguaia, para abrigar indígenas de várias etnias e educá-los. O projeto não se completou por falta de recursos. Em suas andanças observou e anotou ascaracterísticas das paisagens que pintou com histórias das gentes e acontecidos da região. De volta à cidade, tentou expor suas extensas notas em centros de ciência, no que foi impedida por ser mulher. Na cidade asdificuldades surgiam por toda parte, mas ela seguiu caminhando em prol da realização de seus objetivos.
Em 1910, Leolinda Daltro e outras feministas, entre elas a escritora Gilka Machado,fundaram, na então capital federal, o Partido Republicano Feminino, cujo objetivo era “promover a cooperação entre as mulheres na defesa de causas que fomentassem o progresso do país”. Como não poderia deixarde ser, o objetivo maior da agremiação era a luta pelo sufrágio feminino, uma vez que as mulheres não podiam votar e nem ser votadas. Esse grupo de feministas adotou uma linguagem política deexposição pessoal diante de críticas da sociedade, realizando manifestações públicas que não foram tratadas com indiferença pela imprensa e os leitores. O Partido Republicano Feminista teve o mérito inegávelde lançar, no debate público, o pleito das mulheres pela ampla