Lendo imagens: Um olhar sobre as representações e construção da identidade étnico-racial no contexto escolar

1- INTRODUÇÂO
1.1- UMA DISCUSSÃO SOBRE A INCLUSÃO

O panorama social que se configura na atualidade é marcado pelas diferenças, mas não se pode pensar em um modelo democrático de sociedade que não se configure no cenário da inclusão, seja ela social, racial, de gênero, de pessoas com deficiência, enfim de toda a diversidade da qual se constitui o ser humano, pois toda diferença deve ser vista como um aspecto inerente à condição humana. Esse processo de inclusão, de todos, sem distinção, ainda é um desafio para nossa sociedade, pois a complexidade de nosso sistema educacional, as desigualdades sócio-econômicas do país e as diferenças regionais dificultam o processo de construção de uma nova lógica, tornando as experiências inclusivas fragmentadas, em vez de consolidá-las como políticas mais ampliadas.
O fato é que a sociedade deve incluir os sujeitos sem, contudo, ferir sua subjetividade ou sua identidade, ou impor um outro modelo identitário segundo um padrão previamente estabelecido pela sociedade que dita padrões comportamentais que sirvam para todos. Essa idéia nos remete ao iluminismo, quando se pensava que a pessoa humana era um indivíduo centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, consciência e ação que emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia ainda que permanecendo essencialmente o mesmo ao longo de sua existência. (HALL, 1997)
Segundo Hall (1997), a identidade é definida historicamente e não biologicamente, sendo que o sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos. Portanto as mudanças histórico-culturais e sociais, bem como as identificações que realizamos, agem e interferem em nossas identidades, fazendo-nos um e outro alternadamente.
A nossa herança cultural é o que determina e nos condiciona a agir depreciativamente diante de comportamentos considerados desviantes, ou seja, fora dos padrões aceitos pela sociedade. Segundo Laraia (2006), o fato de o homem ver o mundo através de sua