Lembranças
Ela lembrara de seu quintal onde sua mãe criava galinhas de todos os tipos e raças.
Riu ao lembrar- se de como brincava com os pintinhos que acabara de sair do ovo, e de quando corria do galo bravo.
Ainda havia o cão, um cachorro pequinês, todo preto com as patas brancas, manhoso em seu jeito de ser. Foi uma ótima companhia mesmo com seus latidos agudos e repetitivos.
Na rua gostava de brincar de voley com as amigas da mesma idade e andar de bicicleta.
Ai... como era bom sentir o vento no rosto e a sensação ainda que prematura, de liberdade. Lembrou- se dos ralados nos joelhos, dos curativos que sua mãe fazia usando Merthiolate, que diferente de hoje, ardia muito. E olhou como que por impulso a cicatriz na perna direita, bem abaixo do joelho, criada á partir de um tombo de cima do velho portão enferrujado.
Pensou no desespero de seu pai que desmaiou ao vê- la embargada de sangue e chorou por se lembrar do amor de seu pai por ela, que, acredita que em algum lugar esse amor ainda brilha.
Mas a Vida é mesmo assim, é o ciclo de cada um, se sentiu conformada olhando para o céu e desejando que ele esteja bem.
Hoje com 37 anos ela não se sente mais sozinha como sentira durante a infância, por ser filha única, motivo de muitas brigas por sua insistência em ter irmãos. Hoje ela tem a própria família, aquela que ela sempre sonhou, com erros, acertos, ansiedades, gentilezas.... afinal somos seres humanos, pensou.
Como é bom reviver tudo isso, pensou ela, hoje só lembranças de um passado muito distante..."
Eu acho que muitas vezes é difícil reviver um passado, é como se houvesse uma ferida que a pessoa coça e ela volta a sangrar. Mas admiro a coragem e discernimento, digo mais, a maturidade com