Leitura e produção
Entretanto, diferentes pesquisadores (Sánches, 1993; Fernándes, 1996;
Hoffmeister, 1999; apud Fernandes, 2003) são categóricos em afirmar que a língua escrita pode ser plenamente adquirida pelos surdos se a metodologia empregada não enfatizar a relação letra/som como pré-requisito, mas recorrer, principalmente a estratégias visuais, com base na língua de sinais, similares metodologicamente àquelas utilizadas geralmente no ensino de segundas línguas para ouvintes. Dessa forma, a língua de sinais exerce função semelhante à oralidade no aprendizado da escrita pelo surdo, constituindo a base simbólica necessária à apropriação do sistema de signos escritos.
Esse aprendizado, todavia, requer estratégias metodológicas diferenciadas da criança ouvinte, uma vez que não há referenciais sonoros para essa apropriação, mas sim estratégias de construção visual.
Ocorre que a aquisição da língua portuguesa como segunda língua pelo surdo se faz por meio da representação gráfica, isto é, por meio da escrita em situações sociais significativas, uma vez que seu aparato auditivo está impedido ou parcialmente impedido de aprender as propriedades fonológicas da língua.
Assim, a criança surda pode ter