Leitura de Steve Canyon
Eis um texto no mínimo interessante. Ler “Leitura de Steve Canyon” nos força a decidir entre dar enfoque ao fato de Umberto Eco desvendar a mística por trás de alguns atributos desta história em quadrinhos, ou, interagir com a estória de Milton Cannif. A abordagem sobre Steve Canyon deixa um gostinho de “quero mais” tanto pra uma situação, quanto para a outra. Começando com um elogio ao poder de “manipular uma linguagem muito articulada e de absoluta precisão” de Cannif, Umberto segue em suas linhas em um post que não se revela muito tendencioso, mas que tem cunho positivo quanto à leitura de Steve Canyon.
A princípio, um “discurso da novidade”. Eco traz a necessidade que a nova saga, intitulada “Steve Canyon” tem de abarcamento do público. Será um público diferenciado, visto que aproximadamente 30 milhões de leitores se deram bem com um trabalho anterior, “Terry andthePirates”.
Um aspecto interessante neste texto é a análise “cinematográfica” da trama em quadrinhos. Para muitos, pode tratar-se de uma história comum, entretanto, as primeiras 11 linhas desta construção textual acompanhada de imagens, carrega recursos que, segundo Eco, trazem aspectos cinematográficos tanto na sua construção (enquadramentos, características dos personagens) quanto nos efeitos provocados por tais construções, como as impressões deixadas da personalidade de Canyou e de Cooper.
As relações interpessoais também são abordadas. A relação entre Steve e o policial como sendo “aquele que desejaríamos encontrar em todas as circunstâncias da vida”, remete às comédias hollywoodianas. Cinema. O segundo enquadramento (termo de cinema empregado às tirinhas pelo seu formato de um quadro real) destaca um homem que “ama as crianças” mas é ao mesmo tempo “alheio à retórica afetiva”. São situações que a carga verbal é maior que a visual. Contudo, alguns enquadramentos, como os primeiros, ocultam o rosto de Steve e deixam pairar uma curiosidade que é satisfeita ao enxergar o