Leishmaniose visceral no brasil
Célia Maria Ferreira GontijoI; Maria Norma MeloII
ILaboratório de Leishmanioses; Centro de Pesquisas René Rachou; Fundação Oswaldo Cruz; Av. Augusto de Lima, 1715 - Barro Preto; 30190-002 Belo Horizonte, MG – Brasil; gontijo@cpqrr.fiocruz.br
IILaboratório de Biologia de Leishmania; Departamento de Parasitologia; Instituto de Ciências Biológicas; Universidade Federal de Minas Gerais
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RESUMO
No Brasil, a importância da leishmaniose visceral reside não somente na sua alta incidência e ampla distribuição, mas também na possibilidade de assumir formas graves e letais quando associada ao quadro de má nutrição e infecções concomitantes. A crescente urbanização da doença ocorrida nos últimos 20 anos coloca em pauta a discussão das estratégias de controle empregadas. Neste artigo foram analisados os principais aspectos biológicos, ambientais e sociais que influenciaram no processo de expansão e urbanização dos focos da doença. Os métodos disponíveis para o diagnóstico e tratamento não apresentam a eficácia e aplicabilidade desejadas, embora avanços promissores tenham sido alcançados com as pesquisas de novos testes diagnósticos e drogas terapêuticas. As medidas de controle da doença até agora implementadas foram incapazes de eliminar a transmissão e impedir a ocorrência de novas epidemias. É feita uma breve análise destas medidas e dos desafios a serem enfrentados. A prevenção da doença nos cães através da imunoprofilaxia aparece como uma alternativa para o controle. Uma nova vacina para cães, já testada em campo, está sendo industrializada e será comercializada no Brasil a partir de 2004. Apesar da existência de inúmeros estudos sobre a leishmaniose visceral humana e canina, muitas lacunas ainda precisam ser preenchidas.
Palavras-chave: Leishmaniose visceral no