laranja mecânica
Sem muitas divagações sobre o filme, podemos ir a pontos diretos à cerca das problemáticas apresentadas por ele, e que constituem pontos de ligação críticos em relação com a Ética da Libertação. A Ética da Libertação é uma formulação filosófica criada na e para América Latina, mas que envolve toda a sociedade humana. Tem como principal pressuposto um contra discurso em relação as posições reinantes na América Latina. Tem como principais categorias a alteridade, totalidade e exterioridade. A “Alteridade” justifica-se pelo fato da vontade de serviço, isto é, o bem como sim-ao-outro, ou seja, o bem que desejo para mim o faço, também ao outro. Já a totalidade expressa-se como concepção na qual tudo está no todo, ou seja, não há outro, não há alteridade, haja vista que o único faz parte do todo e todo não se caracteriza em sua personalidade, mas como objetualidade. Enquanto a alteridade é criativa e libertadora, a totalidade é o império do mesmo, no qual o todos são iguais, subsumidos uns aos outros. Enquanto que a exterioridade é ponto mediador entre a alteridade e a totalidade, que, porém, se transforma em alteridade em seu mais amplo significado: é a categoria na qual o rosto do homem de revela exterior, de tal forma que, com uma liberdade interpeladora, consegue manifestar uma provocação a instrumentalização totalizante para mostrar-se como alguém, não como algo. Apresentadas, pois, as principais ideias do pensamento Dusseliano, podemos visualizá-las nas cenas do filme:
1. Embora o filme não retrate em suas cenas no cotidiano da América Latina, mas na Europa, especificamente na Inglaterra, podemos fazer, de imediato, uma relação com a realidade latino-americana.
2. Levando em consideração o pensamento de Dussel, podemos perceber que o protagonista do filme – Alexander DeLarge, vulgo Alex – era um jovem extremamente